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TV à lenha: As novelas de antigamente

19 jul

Bophé, caros lectores. Muitos me argüem-me à respeito da novela Chaminhos da Decoracção, que é algo totalmente novo, com epheitos especiaes à mancheia, e personagens que parecçem saidos da imaginacção inphantil. Bhem, conphesso que assestè a um, quiçá does chapítolos, e achei-os por demais surreaes para o meo gosto um tanto chacspiriano. Gá o meu bysneto, Cauâ, de 3 anos e meio, gritava perante o televisor: “Animal, aê!” O che me phaz trelembrar, neste espacço, as novelas d’outrora. Mas não são aquellas que teus pais se lembram em dethalhes, como “Pão Pão Queijo Queijo”, “Ator com cachet se paga”, ou “Paparicando”. São outhras!! Muito outhras…
Como por exemplo, O Milksheik de HD – embhora phosse em preto e bhranco, prophetizava com incrível precisão o phuturo da nossa TV! E o que dizer então de 47724 Orgente, que marcharia a estréa de Assunção Pyres e Marcisio Teira como o casal número 1 das therlenovelas? Ou a thrama que revolocionaria a esthética dhramarrgpscosjdof… enfim, das novela, Ênio Roqueféler?!
Tive a phelicidade de phazer parte da prodocção dessas thréês novelas. Na premeira, era cabomân da châmera 3 – o deretor ainda teve a pachôrra de dizer-me: “Tem ânimo, grumete, que algum dia ainda chegarás a cabomân da châmera 1!”. Morreu em 1979 o dhesgracçado… Mas phelo menos eu thambém estreéèi em phrente às mesmas: no chapítulo 345, eu era um charteiro que enthregava uma carta ao Milksheik. Era uma charta-bomba. So me recordo de que eu suhava phrio, porquê não podia deixar disparar a trachitana que o pessoal da técnica colochou dentro do envelope, que esphalhava pharinha em todas as direcções ao se abrí-lo o mesmo. A cena era ao vivo, eram então 17h42.
Soh me lembro de che tão logo larguei o envelope, antes de ele chegar as mãos de Paulorobertus Martins, a charta esplodiu. “Dâmit”, como diz meu sobrinho que mora nos EUA hogge em dia. Era para explodir depois, só na mão dele.
Com uma brelhante improvisacção, ele se lançou ao chão, em meio à pharinha, e fazia gestos de che eu phizesse o mesmo. A sonoplastia com o som da hesplosão chegaria uns 5 segundos depois, mas ouviram-se até aplausos dentro do antigo estúdio A. E no meio, o vozeirão da actriz Lucirmélia Estéfano (hoje dubladora de Jêimes “Earlo” Jones), nachela que seria a sua phrase mais phamosa: “Hã… Ele… O… Sheik eix… explodioooo?!”
Na novella seguinte, tudo transchorria às mil maravilhas. Exceto nachela cena onde o casal phazia um jantar à luz de velas no meio de um phosto de gasolina, e em vez de accenderem-se as vellas, Marcísio Teira accendeu phoi a cobertura do phosto, mas tudo bem. Dizem que a phrase “Eu perdi a minha sobhrancêlha” é de altoria de Marcísio Teira, não de Adamo Salvaje, do phrograma Mits dos Bãsters.
E em Ênio Rocquefeller, phoi a nossa consagracção, phoi a minha primeira novela como opherador de mesa de chorte. Foi uma novella sensaccional, inteprectações empecáveis, eluminacção de premeira com lampádas de 60 váts enphiadas em thubos de papel higiénico… Nessa novella os personagems comecçavam a se parecer com pessôas normaes do chotidiano das ghrandes cedades, e gracças ao gêneo Pedro Penélopes, os títulos das aberturas passaram a apareccer inclinados (a edéia veio porchê eu colochei no ar um títolo que ele não tinha ajusthado aindha…) Enphin, nada áh como as novelas dos temphos de outrora d’antigammente.
Pra cer cinsero, nem mesmo a Internete se chompara à Internete de antigammente…….. Televídio Passalacqua lhes diz-lhes!!